domingo, 21 de junho de 2009

"Huitzilopoxtli, guerreiro,
Colibri à esquerda,
Em círculos de jade estende-se a cidade,
irradiando luz como plumas de quetzal...

Como um escudo que desce,
o Sol se oculta.
Cai a noite no México,
a guerra nos ronda
- Oh! Doador da Vida! -
a guerra se aproxima.

Minha morte florida:
já a folha de obsidiana beija suas pétalas."

Poesia náuatle (pré-colombiana)


*Frente ao inconciliável, sugerem alguns antropólogos, o pensamento recorre aos mitos: e o México é um espaço mítico por excelência. Para os astecas, o brilhante colibri encarnava Huitzilopoxtli, o deus da Guerra em luta permanente com Quetzalcoatl, 'dador' da Vida. Quetzalcoatl morria. Para revivê-lo, para que o Cosmos (e a Razão) retomasse sua Ordem, era nexessário derramar sangue: a guerra ritual e seus sacrifícios, 'a morte florida'. Os passos de uma dança terrível reproduziam, invocavam, recolocavam a Ordem Cósmica, alimentada com esse sangue. Mas para os astecas a História era imutável, marcada apenas por catastróficos ciclos solares."

extraído de 'A Revolução Mexicana' de Héctor Alimonda, ed. Moderna, São Paulo, 1986.

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